V Cena
Do
que sucedeu ao nosso flamante Cavaleiro Dom Quixote na insólita
e jamais imaginada aventura dos moinhos de vento
(
Dom Quixote, Sancho, Moinhos)
Tem
início a cena com a entrada de Quixote e Sancho por um lado do
palco. Atravessam-no com a conversa que se relata a seguir , saindo
pelo lado contrário.
Quixote:
_ Amigo, Sancho,
devo te dizer que as consequências daquele bálsamo de Ferrabrás
ainda não cessaram por completo. Isto me surpreendeu um pouco porque
são famosos os efeitos curativos e milagrosos dessa infusão.
Sancho:
_ Veja Vossa Mercê
que comigo não foi muito diferente.
Quixote:
_ O que dizes,
Sancho? Também tomaste o bálsamo de Ferrabrás?
Sancho:
_ Não senhor,
lógico que não! Enquanto vossa mercê se consagrava cavaleiro, eu
estava bebendo algo. Pensei que era um vinho de Toledo mas creio que
me venderam gato por lebre.
Quixote:
_
Quem
se deita com vinho, com água despertará!
Já te avisei Sancho que tomes cuidado com os malefícios derivados
da bebida.
Sancho:
_ Mas senhor, o
vinho é uma bebida santa. Além disso lembre da Santa Ceia: Pão,
pão; vinho, vinho. Claro que não era um vinho de qualidade, porém
“de um dormido a um morto há mui pouca diferença”.
Quixote:
_ Sempre com esses
ditados, Sancho.
Vão
Saindo
Quixote
(queixando-se e agarrando o estômago):
_ Ai! Aquele
bálsamo bendito!
Sancho
(agarrando-se a cabeça):
_ Ai! Aquele
maldito vinho!
Ao
sair nosso duo, os moinhos vão se colocando em um dos lados do
cenário.
Música
incidental (dramática)
Volta
o duo entrando pelo lado que havia saído.
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