www.martimcesar.com.br

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nem os cruzados na guerra santa contra os mouros, nem os romanos com suas glórias, com seus louros fariam frente ao valor da tua destreza.


Os cavaleiros buscam ocupar seu lugar para a confrontação. Enquanto isso os respectivos escudeiros entabulam o seguinte diálogo.

Escudeiro Narigón:
_ Saiba irmão, que é costume dos combatentes de Andaluzia não ficarem ociosos, de braços cruzados, enquanto seus amos se enfrentam. Digo isso para que se prepare porque teremos que combater também.

Sancho (contemporizando):
_ Pode acontecer isso na sua terra, companheiro, porém aqui, nós, os escudeiros andantes de la Mancha e adjacências, enquanto os nossos senhores peleiam, nos dedicamos a uma boa conversa, com comida e bebida, o que resulta ser menos perigoso e muito mais proveitoso para a saúde de um cristão.

Narigón (brabo):
_ Mas isso vai contra todas as regras cavaleirescas. Termos que lutar, nem que seja por meia hora!

Sancho(gritando e depois amaciando a voz):
_ Isso é que não, caramba! Ainda mais que não temos razão alguma para isso. E se acaso estou rompendo alguma das regras da cavalaria, prefiro de bom grado... pagar uma multa!

Narigón:
_ Irmão! Se queres razão para despertar a tua cólera, antes que comecemos a peleia, eu te darei dois ou três encontrões te jogando ao chão. Creio que isto será o suficiente.

Sancho(brabo):
_ Bem, nesse caso, antes que tentes fazer isso, eu vou te partir a cabeça com cinco ou seis pauladas te deixando inconsciente, evitando assim que me batas e me dês alguma razão pra brigar contigo.

Narigón (assustado):
_ Bem... contra tão forte argumento me parece melhor seguir a tua ideia e que confraternizemos, então, com comida e bebida, enquanto assistimos o combate.

Sancho(concordando com a cabeça):
_ Isso me alegra muito... melhor é um luxo, pior... é um desastre! 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário