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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Somos a parte dessa arte que ficou fora dos planos

Escrita com a colaboração do amigo Daniel Moreira, sobre uma frase do parceiro e amigo Ricardo Fragoso

O final fica pra depois   


Deixa que o final fique sempre pra depois
Porque antes, meu amigo, é preciso sonhar
Correr com os olhos fechados, sem ter medo
Pois só perdem os que perdem de arriscar

Que esse fim fique, enfim, bem pra depois
Pois este agora é o nosso instante de lutar
Nadar em frente contra a força da corrente
Que nos prende nos impedindo de sonhar

Vamos deixar que o amanhã venha depois
Em outros tempos ou até um pouco mais
Vivamos esse hoje tão presente e infinito
Feito um grito no ouvido dos normais

Quando esse fim, lá bem no fim, enfim chegar
Virá sabendo que já não calará a nossa voz
Sonhamos tanto que outros dias - já eternos! -
Viverão pra sempre nos que virão depois de nós...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Dia 09 de outubro - Náufragos Urbanos - Herval do Sul - Semana de Cultura



Poema sobre o empedrado

Gosto da solidão dos meus passos sobre a rua
Dentro da noite...
Nada perturba meus pensamentos nessas horas
Pois minha cidade tem rus silenciosas
Que ainda não aprenderam a linguagem barulhenta
Das cidades grandes

E se um galo canta ao longe
Eu me rio só
Recordo as buzinas que infernizavam meus ouvidos
E eu me rio só

Não sou um mero passante
Numa noite qualquer

Sou e sempre vou ser
Parte de tudo isto.

Martim César

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O meu sul é esse rio, Campo imenso feito mar, fogo grande em meio ao frio, cruz no céu do teu olhar...



          Norte mais ao Sul



           Bússolas que apontam sempre para o Sul
        Fim de mundo visto da mesa de um bar
        Mapas que só mostram a lugar nenhum
        Barcos que navegam dentro de outro mar

        Há um país sem norte que vive por aqui
        Nas noites de um clima subtropical
        Um Brasil tão longe do mesmo Brasil
        Com sambas enredos de outro carnaval

        Aqui não há coqueiros sobre o litoral
        Só um campo imenso que vai até um rio
        Onde há ecos d’Espanha junto a Portugal
        Os dois tomando mate pra espantar o frio

        Aqui nos desnorteamos tendo algum sentido
        Em versos de milonga cantando a saudade
        Lembrando de um tempo há muito perdido
        O campo nos olhos cruzando a cidade

        Rosa de mil ventos sob o imenso azul
        Procurando um rumo que já estava aqui
        Minha arte é o norte, o meu norte é o sul
        A pátria é um caminho que se leva em si
       

                                                        Martim César