www.martimcesar.com.br

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

O que nos espera, amada minha, além da curva?



Memórias da chuva


Sei
Que me perdi tentando achar
Algum caminho, algum lugar
Que me levasse até você
Sei que me esqueci de procurar
Lá onde sempre vai estar
A flor que oferta um bem-querer

Sei...
Que vamos juntando memórias
Escrevendo a nossa história
Um passo dado a cada vez
Mas sei
Mesmo o eterno é um momento
Algum descuido... o menor vento
E o que era tudo se desfez

Sei
Que é nosso todo este universo
Em cada canção, em cada verso
Cada manhã que o sol nos traz
Mas sei
Que em cada dia em nossa vida
Há uma chegada e uma partida
Um até breve e um nunca mais...

Sei
A morte espreita em cada curva
A vida é uma viagem sob a chuva
Há que cuidar da direção...
Sei
Podes gritar ao mundo inteiro
Mas quando é noite, o travesseiro
Só escuta a tua solidão
                                                                Martim César

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Vida minha vem comigo... hoje sou eu que convido... a dançarmos esta valsa.



Relógios de areia


        Venho
        De andar muitos caminhos
        Procurando entre os espinhos
        A leveza de uma flor

        Venho
        De entender que algumas perdas
        Servem bem pra que se aprenda
        O que tem mesmo valor

        Venho
        De entender que o meu cansaço
        É por que gastei meus passos
        Na urgência de chegar

        Venho
        De por fim saber que a vida
        Nunca está nessa corrida
        Que nos leva por levar

        São relógios que não sabem
        Dessas horas verdadeiras
        Em que a alma está inteira
        Entre os sonhos que nos valem

        São areias que não podem
        Entender que um segundo
        Guarda o eterno deste mundo
        Se o amor é o que nos move.

        Venho
        De entender que não há tempo
        Mais que aquele de um momento
        Junto a quem queremos mais

        Venho
        De afinal ter compreendido
        Que o demais não tem sentido...
        Em qualquer brisa se desfaz


                                                   Martim César/Ricardo Fragoso

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Açorianos 2015 - Porto Alegre 01 de dezembro



Açorianos – Indicações 2015


CD Náufragos Urbanos
Melhor Álbum de MPB

CD Paisagem Interior
Melhor Álbum de Folclore
Melhor Intérprete

Melhor Compositor

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

O tempo que corre fora, não é o que corre por dentro...




No sé lo que tiene el hombre

        No sé lo que tiene el hombre
       Que compra todo y nada le alcanza  
       Se olvida de dar valor a su propia vida
       Y cuando mira, vidita mía, su todo es nada

       ¿Quién paga un día de sol, una noche clara,
       Una charla con amigos sin tener prisa?
       ¿Quién puede de una flor comprar su aroma?
       ¿Quién compra el cielo que cabe en una sonrisa?

       No sé lo que tiene el hombre
       Y quizás jamás lo sabré...
       El tiempo no es lo que corre en los relojes
       El tiempo es lo que está muy adentro de él
     
        No sé lo que tiene el hombre
       Que gasta su día entre mil urgencias
       Diciendo que no puede perderse el tiempo
       Buscando lejos, vidita mía, lo que está tan cerca
      
       ¿Quién paga un gesto de amor, una dulce canción
       La nostalgia por un amigo que se nos fue?
       ¿ Quién puede de un cariño pagar su precio?
       ¿ Quién compra el vuelo de un ave al atardecer?


                                              Martim César

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Letra em parceria com o meu amigo Maurício Raupp...


Quando os pássaros partirem


Eu sou aquele em que os pássaros pousam
Assim me chamam por não saberem meu nome
E eu não o direi porque a eles não interessa
Se eu acaso tenho frio, se eu decerto tenho fome.

Eu sou o mesmo de antes desses pássaros
Esse sem nada que da praça um dia se apossou
Sou esse fantasma que recém foi encarnado
Quando um deles, sem temor, em mim pousou.

Eu aprendi o meu lugar, sei por que estou aqui
(onde me deixaram para esquecerem de mim)
Com o tempo eu aprendi a respirar sem existir
Desapareci na paisagem feito uma estátua enfim

Sou esse de poucos dentes e de nenhum futuro
Maltrapilho, mal visto, comendo restos de pão
Porém tenho um dom: por parecer uma estátua
Os pássaros comem migalhas na minha mão.

Eu sou aquele em que os pássaros pousam
Com o tempo eu aprendi a respirar sem existir
E - como sempre - deixo de ser de carne e osso
Quando, outra vez, os pássaros decidem partir.


                                                Maurício Raupp/Martim César

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

La vida es como un tango



¡Eso cantaba papá!


Cuando escucho en la radio un viejo tango
De ese tiempo en que soñaban mis abuelos
Yo también me desconsuelo
Y me agarro, sin saberlo,
Esas nostalgias cantando

Son dramas que no viví,
Pero quizás he vivido...
Y están en mi alma dormidos
Y vuelven a cobrar sentido,
Así nomás por que sí

Porque es la vida, mi hermano,
Y la vida tiene cosas... yo no sé...
¿Quién lo sabrá?
Pero esos tangos de Gardel y Julio Sosa
Esas historias de espinas y de rosas...
Yo me acuerdo...: ¡Eso cantaba papá!

Cuando escucho en un disco viejo esas canciones
Que están ahí, muy adentro, en el alma de la gente
Yo también digo presente
Porque mi pecho también siente
Un sin fin de sensaciones

Son dramas que no viví,
Pero quizás he vivido...
Y están en mi alma dormidos
Y vuelven a cobrar sentido,
Así nomás por que sí

Porque es el mundo, mi hermano,
Y el mundo es un misterio... yo no sé...
¿Quién lo sabrá?
Pero esos tangos de Canaro y de Rivero
Esas historias de romances milongueros

Yo me acuerdo...: ¡Eso cantaba papá!              Martim César

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Por mares nunca dantes navegados - Luís de Camões





Pelas ruas do meu fado


            Ruas de um silêncio antigo
        Que ao meu coração consome
        E que muitos chamam saudade
        Por não saberem seu nome

        Outros o chamam de fado
        Destino que não se conhece
        Mas anda de boca em boca
        Quando a cidade anoitece
       
        Lugar de tantos amores
        Que já se foram nos ventos
        Mas que na voz dos cantores
        Não tem idade nem tempo

        É o fado dos teus poetas
        - Destino dos teus cantores -
        Viver cantando a saudade
        E andar morrendo de amores


                                        Martim César