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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Vida minha vem comigo... hoje sou eu que convido... a dançarmos esta valsa.



Relógios de areia


        Venho
        De andar muitos caminhos
        Procurando entre os espinhos
        A leveza de uma flor

        Venho
        De entender que algumas perdas
        Servem bem pra que se aprenda
        O que tem mesmo valor

        Venho
        De entender que o meu cansaço
        É por que gastei meus passos
        Na urgência de chegar

        Venho
        De por fim saber que a vida
        Nunca está nessa corrida
        Que nos leva por levar

        São relógios que não sabem
        Dessas horas verdadeiras
        Em que a alma está inteira
        Entre os sonhos que nos valem

        São areias que não podem
        Entender que um segundo
        Guarda o eterno deste mundo
        Se o amor é o que nos move.

        Venho
        De entender que não há tempo
        Mais que aquele de um momento
        Junto a quem queremos mais

        Venho
        De afinal ter compreendido
        Que o demais não tem sentido...
        Em qualquer brisa se desfaz


                                                   Martim César/Ricardo Fragoso

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