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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Somos parte dessa incrível arte de renascer a cada dia...



Desígnios


Não que eu quisesse desfazer o dito
E dizer que o escrito num poema feito
Sangrando meu peito fosse sem razão

Não que eu falasse em perder o norte
Temendo essa sorte que tive contigo
Procurando abrigo longe da ilusão

Não que eu fizesse um novo caminho
Para andar sozinho esquivando a dor
Por temer que a flor me ferisse um dia

Não que eu sonhasse acordar o tempo
Em que o sentimento já não fosse mais
Que um dia de paz, tarde em calmaria...


Mas a vida às vezes tem os seus desígnios
Nos esconde signos, não nos mostra a curva
E em noites turvas nos atira ao chão

Mas a vida às vezes chega sem cuidado
Nos pega cansados, copo derramando
E é sempre quando vence a solidão

E é sempre quando, gota transbordando
Flor despetalando, a dor nos esperando
Amor naufragando... nasce uma canção.


Martim César

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Um poeta passarinho desimportante que vale mais que todas as academias deste mundo... Salve Manoel de Barros... avoa fora da asa.



O rio que fazia uma volta
atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro mole...

Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...

Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mi infancia son recuerdos de un patio de Sevilla. Antonio Machado



España, cuando te nombro

España, cuando te nombro
Vuelvo a cruzar por tus tierras
Llanuras, valles y sierras
Que traen tiempos lejanos
Cartagineses, romanos
Arenas de gladiadores
Pueblos feudales, señores
Guerra de moros, cristianos...

España, cuando te nombro
Galopo por tus caminos
Entre castillos, molinos
En Babiecas, Rocinantes
Y me acompaña Cervantes
Y un viejo loco que avanza
Mostrándome con su lanza
Como era el mundo de antes

España, cuando te nombro
Nombro también mis abuelos
Por eso al cruzar tu suelo
Al navegar por tus mares
Soy piedra de tus hogares
Y eres un río en mis venas...
¡Jamás será tierra ajena
La que me dió sus 'Cantares'!

Cantabria, Asturias, Galicia
Catalunya, País Basco
Para siempre 'eskerrik asco'
Flamencos de Andalucía
Lejano mundo que un día
También ha sido mi mundo
Ecos de un canto profundo
Que traigo em mi poesía...


Martim César