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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Somos parte dessa incrível arte de renascer a cada dia...



Desígnios


Não que eu quisesse desfazer o dito
E dizer que o escrito num poema feito
Sangrando meu peito fosse sem razão

Não que eu falasse em perder o norte
Temendo essa sorte que tive contigo
Procurando abrigo longe da ilusão

Não que eu fizesse um novo caminho
Para andar sozinho esquivando a dor
Por temer que a flor me ferisse um dia

Não que eu sonhasse acordar o tempo
Em que o sentimento já não fosse mais
Que um dia de paz, tarde em calmaria...


Mas a vida às vezes tem os seus desígnios
Nos esconde signos, não nos mostra a curva
E em noites turvas nos atira ao chão

Mas a vida às vezes chega sem cuidado
Nos pega cansados, copo derramando
E é sempre quando vence a solidão

E é sempre quando, gota transbordando
Flor despetalando, a dor nos esperando
Amor naufragando... nasce uma canção.


Martim César

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