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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O meu sul é esse rio, Campo imenso feito mar, fogo grande em meio ao frio, cruz no céu do teu olhar...



          Norte mais ao Sul



           Bússolas que apontam sempre para o Sul
        Fim de mundo visto da mesa de um bar
        Mapas que só mostram a lugar nenhum
        Barcos que navegam dentro de outro mar

        Há um país sem norte que vive por aqui
        Nas noites de um clima subtropical
        Um Brasil tão longe do mesmo Brasil
        Com sambas enredos de outro carnaval

        Aqui não há coqueiros sobre o litoral
        Só um campo imenso que vai até um rio
        Onde há ecos d’Espanha junto a Portugal
        Os dois tomando mate pra espantar o frio

        Aqui nos desnorteamos tendo algum sentido
        Em versos de milonga cantando a saudade
        Lembrando de um tempo há muito perdido
        O campo nos olhos cruzando a cidade

        Rosa de mil ventos sob o imenso azul
        Procurando um rumo que já estava aqui
        Minha arte é o norte, o meu norte é o sul
        A pátria é um caminho que se leva em si
       

                                                        Martim César

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