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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pois desde então, na alegria, na tristeza ou no perigo, sempre que alguém quiser saber o que é um amigo... recordará a Sancho Pança,o mais fiel dos escudeiros.



II Ato

As Aventuras

I Cena

Onde se conta da consagração de Dom Quixote como Cavaleiro, além do aparecimento da donzela Dulcinéia del Toboso e dos efeitos malignos do bálsamo de Ferrabrás


(Bailarina, D. Quixote, Sancho, posadeiro, viajantes, Dulcinéia)


(Viajantes sentados tomando algumas taças de vinho, enquanto a bailarina executa uma dança típica espanhola (flamenco) sob o olhar do posadeiro. Quase ao final da apresentação (curta) entra D. Quixote acompanhado por Sancho. Ao terminar, a bailarina corre em direção a D. Quixote sem perceber a sua presença. Quando o vê, toma um susto diante de tão espantosa figura e foge em sentido contrário)

D. Quixote:
_ Não tenhas medo, vossa mercê, nem temas dano algum, pois a Ordem Cavaleiresca à qual pertenço não lhe cabe perturbar a tão formosa e distinta donzela como vossa aparência indica.

Sancho:
Mas... olhe bem vossa mercê que não é uma dama e, sim, uma bailarina de cabaré.

D. Quixote:
_ O que dizes Sancho?

Sancho:
_ É uma mulher da vida... senhor.

(A bailarina dá uma gargalhada e Dom Quixote fica um tanto alterado)


Quixote:
_ A cortesia é uma virtude nas formosas e distintas donzelas e o riso uma temeridade quando não tem razão de ser.
( Ao escutar isto a bailarina e os viajantes gargalham em coro, fomentando a ira do nosso cavaleiro e acabam, com isso, provocando a intervenção conciliatória do dono da pousada)

Pousadeiro:
_ Se Vossa Mercê busca um pouso para passar a noite eu lhe ofereço as humildes habitações da minha pousada.

Quixote:
_ Para mim, senhor alcalde, seria uma honra repousar em seu afamado e monumental castelo, mas devo recusar por que como cavaleiro lhe digo: “ Minhas cobertas são as armas e meu descanso o batalhar”.

Sancho:
_ Mas senhor... Vossa mercê não vê que isto não é um castelo?!

Quixote:
Não seja impertinente Sancho. Não viste a ponte levadiça, as altas e imponentes torres e as formosas e distintas donzelas??!

Sancho:
_Com perdão da má palavra senhor... isto mais parece uma pocilga que qualquer outra coisa.

Quixote:
_Cala-te Sancho! Perdoe-me nobre e valoroso alcaide pois meu escudeiro jamais havia cruzado a porta de um castelo.

Posadeiro: _ Dirigindo-se à plateia:
_ Alcalde? Castelo? Torres? Este tipo só diz disparates.

Os viajantes que estão à mesa riem às gargalhadas


Quixote (fazendo que não é com ele):
_ Senhor alcalde, aproveitando tão memorável e feliz oportunidade, queria rogar a Vossa Mercê que me consagrara cavaleiro andante, como mandam as milenares regras da cavalaria.

Posadeiro:
_ Como quê? Consagrar-lhe cavaleiro?

(Ao escutarem isto, os viajantes confabulam)

(Continua) 



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