Poema sobre a saudade
Frágil teia que se rompe
sem se ver
Sem que ninguém saiba a
hora e o lugar
De repente chega o anoitecer
E a manhã de sol que já
não mais virá
Restam fotos de saudade nas
paredes
E na rede só o vento a se
embalar
Restam ruas sem o ressoar
dos passos
E os abraços que não pode
mais se dar
Uma voz que se erguia em
rebeldia
Se rendeu às armadilhas do
silêncio
Um sorriso em que cabia toda
a paz
Não é mais do que
lembrança de momento
Um olhar que incendiava o
sol
É farol que se apagou em
nosso tempo
Que fronteira que se cruza
num segundo
E nos deixa sempre o mundo
mais vazio
Que universo que o verso não
alcança
Que distância que só vence
quem partiu!
Há um rastro dessa ausência
nas canções
E mil razões que não têm
como explicar
Há um nome que a saudade
sempre lembra
E um poema que ainda espera
o seu final!
Martim César Gonçalves
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