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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada. (Fernando Pessoa)




Sob uma cruz de madeira




Há uma cruz junto à estrada

Feito um triste monumento

A mostrar que a vida é um nada

Não mais que um sopro no vento



A quem pertence... o que importa?

É uma a mais de outras tantas

Esperança e madeira já mortas

Num pássaro que já não canta



Partiu-se ao meio um destino

...errou o sentido da seta!

Foi mais um que - em desatino -

Fez de uma curva uma reta



Fica um vazio tão imenso

Que nenhum poeta descreve

Resta um olhar de silêncio...

Que a terra lhe seja leve!



Há uma cruz junto da estrada

Rodeada de algumas flores

É a morte, enfim, enfeitada

Pois também tem suas cores...



E assim se vai tanta gente

Vidas perdidas na poeira

Sonhos desfeitos... pra sempre!

Sob uma cruz de madeira!



Martim César







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