Paisagem Interior: Uma obra-prima, nativa, pura e linda barbaridade!
Publicado por Radio Alma Nativa on julho
31st, 2011
Comparações sobre uma obra-prima e outra não são
necessárias quando se encontra em um cd de festival nativista uma música que
revela o sentimento puro de um compositor e a genialidade de um dos maiores
cantores que o Rio Grande conhece e há de conviver com ele por muito tempo.
Quando ouvi pela primeira vez a música Paisagem
Interior do compositor Martim César Gonçalves, melodia de Paulo Timm na voz
inconfundível e belíssima de Marco Aurélio Vasconcellos, o sentimento foi de
satisfação plena. Aquela sensação de que nem tudo está perdido, de que a
verdadeira arte gaúcha, nativa, vive, se renova e se torna cada vez mais atual e
impede, mesmo sem ter essa pretensão, que o mau gosto reine absoluto sobre
nossos festivais e principalmente por algumas rádios cujo o único objetivo é
comercial.
“Eu tenho em meu gesto o jeito sincero dos
meus
A lida, a capina, o abraço apertado do
adeus
No olhar a lembrança de um piá pelas
tardes
Laranjeiras, saudade… feito um rio que
passou”
A estrofe acima remete ao passado e traz um gosto
à garganta de fruta madura, de um olhar de avô zeloso, de uma mão amiga do pai,
enfim, remete ao melhor da infância, da adolescência e tudo aquilo que nos
trouxe até aqui. Feliz daquele que tem essas lembranças.
O grande compositor é aquele que com simplicidade
consegue nos emocionar e o grande cantor é aquele que além de nos emocionar faz
com que lágrimas até então retidas, saiam em disparada e escorram pelo rosto. O
compositor emociona, o cantor maximiza a emoção e os dois juntos tornam a música
um momento único, imortal.
A obra Paisagem Interior tem a capacidade de nos
prender a ela desde os primeiros acordes. Parece estarmos enredados e que dessa
teia não conseguiremos mais sair. A razão é simples, toca o coração, acessa os
arquivos mais profundos da memória e transforma emoção em alegria. Tem a
capacidade de emocionar até aqueles onde o coração, já calejado pelo tempo,
perdeu um pouco o compasso e hoje se vê recluso no dia a dia sem perceber toda a
arte que vive e pulsa forte no Rio Grande.
Muito poderia dizer sobre essa obra, mas o que
vem a cabeça é simplesmente agradecer pelos momentos que passei hoje ao ouvir
Paisagem Interior. E, se os amigos me permitem, sugiro que ao amanhecer, logo
depois de cevarem o mate, escutem quietos e serenos e se permitam que o Sr.
Martim César, o Sr. Paulo Timm e o Sr. Marco Aurélio tornem o dia de cada um de
vocês melhor.
Parabéns aos autores e muito obrigado.
Glaucio Lemos Vieira
Rádio Alma Nativa ( www.radioalmanativa.com.br)
Lagoa Vermelha – RS.
CONCORDO COM O AMIGO, QUEM CONHECER ESTA OBRA, SENTIRA A NATUREZA,SUSURRANDO AO PROPRIO OUVIDO,TAMANHA A SENSIBILIDADE... " A MELHOR PARTE DE MIM NAO QUIZ VIR QUANDO EU VIM..." POR MUITAS VEZES NA VIDA TEMOS QUE SEPARAR FISICAMENTE DAQUELES QUE NOS SAO CAROS, EIS ESTES VERSOS.... QUE OLHAR!!! QUE SENSIBILIDADE!!!
ResponderExcluirPARABENS PELO ARTIGO E AOS AMIGOS POR ESTA OBRA DE FUNDAMENTO!!!!
SALUDOS