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sábado, 27 de agosto de 2011

A melhor parte de mim não quis vir quando eu vim... e ainda me espera, eu sei, na estação do lugar.

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Paisagem Interior: Uma obra-prima, nativa, pura e linda barbaridade!

Comparações sobre uma obra-prima e outra não são necessárias quando se encontra em um cd de festival nativista uma música que revela o sentimento puro de um compositor e a genialidade de um dos maiores cantores que o Rio Grande conhece e há de conviver com ele por muito tempo.
Quando ouvi pela primeira vez a música Paisagem Interior do compositor Martim César Gonçalves, melodia de Paulo Timm na voz inconfundível e belíssima de Marco Aurélio Vasconcellos, o sentimento foi de satisfação plena. Aquela sensação de que nem tudo está perdido, de que a verdadeira arte gaúcha, nativa, vive, se renova e se torna cada vez mais atual e impede, mesmo sem ter essa pretensão, que o mau gosto reine absoluto sobre nossos festivais e principalmente por algumas rádios cujo o único objetivo é comercial.

“Eu tenho em meu gesto o jeito sincero dos meus
A lida, a capina, o abraço apertado do adeus
No olhar a lembrança de um piá pelas tardes
Laranjeiras, saudade… feito um rio que passou”

A estrofe acima remete ao passado e traz um gosto à garganta de fruta madura, de um olhar de avô zeloso, de uma mão amiga do pai, enfim, remete ao melhor da infância, da adolescência e tudo aquilo que nos trouxe até aqui. Feliz daquele que tem essas lembranças.
O grande compositor é aquele que com simplicidade consegue nos emocionar e o grande cantor é aquele que além de nos emocionar faz com que lágrimas até então retidas, saiam em disparada e escorram pelo rosto. O compositor emociona, o cantor maximiza a emoção e os dois juntos tornam a música um momento único, imortal.
A obra Paisagem Interior tem a capacidade de nos prender a ela desde os primeiros acordes. Parece estarmos enredados e que dessa teia não conseguiremos mais sair. A razão é simples, toca o coração, acessa os arquivos mais profundos da memória e transforma emoção em alegria. Tem a capacidade de emocionar até aqueles onde o coração, já calejado pelo tempo, perdeu um pouco o compasso e hoje se vê recluso no dia a dia sem perceber toda a arte que vive e pulsa forte no Rio Grande.
Muito poderia dizer sobre essa obra, mas o que vem a cabeça é simplesmente agradecer pelos momentos que passei hoje ao ouvir Paisagem Interior. E, se os amigos me permitem, sugiro que ao amanhecer, logo depois de cevarem o mate, escutem quietos e serenos e se permitam que o Sr. Martim César, o Sr. Paulo Timm e o Sr. Marco Aurélio tornem o dia de cada um de vocês melhor.
Parabéns aos autores e muito obrigado.

Glaucio Lemos Vieira
Rádio Alma Nativa ( www.radioalmanativa.com.br)
Lagoa Vermelha – RS.

Um comentário:

  1. CONCORDO COM O AMIGO, QUEM CONHECER ESTA OBRA, SENTIRA A NATUREZA,SUSURRANDO AO PROPRIO OUVIDO,TAMANHA A SENSIBILIDADE... " A MELHOR PARTE DE MIM NAO QUIZ VIR QUANDO EU VIM..." POR MUITAS VEZES NA VIDA TEMOS QUE SEPARAR FISICAMENTE DAQUELES QUE NOS SAO CAROS, EIS ESTES VERSOS.... QUE OLHAR!!! QUE SENSIBILIDADE!!!
    PARABENS PELO ARTIGO E AOS AMIGOS POR ESTA OBRA DE FUNDAMENTO!!!!


    SALUDOS

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