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terça-feira, 16 de agosto de 2011




Um país além dos mapas

Um país além dos mapas
Em meio a terras sem fim
Que nasce no Amazonas
E morre dentro de mim

Nos fundões de um continente
Caipira e interiorano
No longe dessas urgências
Dos formigueiros urbanos

Sangue tupi-guarani
Raça mestiça e ameríndia
Seiva negra dos quilombos
Pantanal, pampa, caatinga...

Boi-bumbá, meu boi barroso
Só é minha essa boiada
Tanta terra para poucos
Para muitos só a estrada

Meu Rio grande é sul a norte
Minha sorte tenho não
Mas antes da minha morte
Quero plantar no meu chão

Um país que poucos veem
Mas que lutando resiste
Com mil sotaques distintos
E mesmo pobre não é triste

Um país além dos mapas
Que amanhece pouco a pouco
Para antes tarde que nunca
Ser essa pátria de todos

Martim César

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