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terça-feira, 23 de agosto de 2011

As mãos da tecelã forjam o tempo, a roca das manhãs em movimento na reta dessas lãs, rumos no vento... província de São Pedro - o continente!





Uma espada na parede

Uma espada dorme há muito na parede
Vida latente que se esconde no aço frio
E que por vezes se desperta tendo sede
E sonha o sangue escorrendo por seu fio.

Quem luta agora? Qual é o novo desafio?
Perguntas vãs! Afinal, pouco lhe importa
Se o que vale é o que brota, feito um rio,
No claro gume que à carne fere e corta.

É noite alta. A casa sonha e – adormecida -
Não vê o vulto de alguém que, suavemente,
Agarra a espada e outra vez lhe traz à vida.

A casa sonha, e quando acorda de repente
Estranha algo e, enfim, descobre estarrecida
Que está em guerra... tal e qual antigamente.


Martim César

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