Cão
de estimação
Estou
triste!
De
uma tristeza muito estranha,
Pois
eu não sei bem o que fazer com ela.
Não
cabe em nenhum lugar...
Nem
mesmo neste poema.
Escrever,
eu já percebi que não serve,
Pois
já tentei
E
quando rabisquei a última palavra
A
tristeza – fiel! - seguia ali
Como
um desses cães de estimação
Só
esperando que eu atentasse nele.
Chamar-te
e dividir contigo essa tristeza
De
nada adiantaria
Posto
que uma tristeza infinita
Quando
dividida
Certamente
seguirá infinita.
(Ao
menos a matemática garante isso).
Então
sigo triste. Muito triste.
De
uma tristeza estranha.
Muito
estranha.
Tento
fazer mil coisas para espantá-la.
Mas
ela não se importa.
Parece
que seguirá por aqui... por muito tempo
Mesmo
depois de eu ralhar com ela...
Vai
pra casa!!! Caminha!!! Já pra fora!!!
Que
nada!... fazer o quê?
Ela
seguirá por aqui,
Pois
quando eu me acalmo um pouco
E,
disfarçando, observo-a de relance
(meio
assim como quem não quer nada)
Ela
já me abana a cauda
E
vem – e como é teimosa...! -
Outra
vez estar comigo...
feito
um cão de estimação!
Martim César
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