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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Sou eu, paisano... este rio sou eu! Em sombra e luz, em morte e vida... destino de correr que Deus me deu; alma de quem está sempre de partida



Um certo jeito de rio

Tem vez que a vida nos leva
De roldão por seus mistérios
Aparta a gente do curso
Nos enche a alma de inverno

São tardezitas nubladas
Em que a solidão pede vaza
Nos pega soprando as cinzas
Que um dia já foram brasas

Há um certo jeito de rio
Que sempre trago comigo
E mesmo ainda tão moço
Herdei, talvez, dos antigos

São os mistérios do mundo
Que me fizeram cantor
Dos versos que vem do fundo
Do rio profundo em que vou

Pois não me explico, por certo
No dom que em vida me cabe
Porque o meu peito deserto
Em mil poemas se abre

Talvez somente a intuição
É que vem contar de onde eu vim
Que sou tão só continuação
Nos versos que trago em mim

Há um certo jeito de rio
Que irá comigo ao partir
Mas ficará nas canções
Que alguém um dia há de ouvir!

Martim César




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