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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Mas só não se esqueça da rosa, da rosa... da rosa com cirrose, a anti-rosa atômica, sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada. Vinícius de Moraes



Para além de um quadro humano





A palavra é uma ave na garganta
Abre asas e no céu se faz um grito
Um quadro! Desespero que espanta
Que diz tudo mesmo nada sendo dito


Qual frase de ternura de Guevara
Qual libelo de Sepé ao infinito
Resiste na canção de Victor Jara
Num poema de Neruda al Sur escrito


Feito um basta na injustiça deste tempo
Feito sonho (o meu sonho mais bonito!)
Onde ninguém mais gritasse por lamento
Onde o mal, já por ser mau, fosse proscrito


Quero um grito, mas que seja de esperança
Um de Quixote - o cavaleiro sonhador -
Ou que viesse, tal e qual ao da criança
Ao nascer... com toda a vida ainda em flor


Quero um grito-passarinho de Quintana
Ou do Pessoa... para além do Bojador
Que sonhe a humanidade mais humana
Ou o profano e livre grito... do amor!


 Martim César

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