
Cem mil léguas de oceano
De uma zona de conforto a outra zona de conforto
Estende-se, caro amigo, cem mil léguas de oceano
E se é terrível a batalha para, enfim, deixar o porto
A travessia é um embate muitas vezes mais insano.
Atrás de ti jaz o caminho que um dia já foi plano
(Que vês hoje com surpresa, ao notares que era torto)
Um teatro sem atores que não mais ergueu o pano
Uma casa com fantasmas vigiando um tempo morto.
Em frente a ti há o mar ignoto, o sem fim desconhecido
O porvir que traz consigo o temporal dos temporais
E nada adianta declarar-se - ante os céus - estar vencido...
Ninguém ouve! A quem importa? Só ao riso dos normais
Que dirão que te avisaram e, sendo assim, é merecido!...
Siga nadando, meu amigo... talvez à frente exista um cais!
Martim Cèsar
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