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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tenho andado mal dormido... com paixões demais pra um. Antônio Augusto Ferreira








Nos olhos da madrugada

Já são tantas madrugadas
ponteadas
Nessas milongas que escrevo,
enlevos
De alguma charla de amigos,
abrigos
Pra estima que não tem preço.

Desfaço assim da saudade
que invade
Minha alma escrava dos versos,
converso
Com a solidão nos meus mates
e no catre
Repenso o meu universo.

Na várzea dos meus amores
as flores
Resistem, desafiando o silêncio,
luzeiros
Fazendo a noite mais bela,
pra ela
Razão de tudo o que penso.

Se a vida vai-se a lo largo, que importa?
Se guardo em mim tantas brasas...
Nas asas da melodia a poesia
Vai me encontrar, algum dia,
De volta ao rumo das casas.

Não tenho mais que algum sonho
que exponho
Pelas aguadas do canto,
enquanto
Lá fora o tempo que passa
acha graça
Dessas quimeras que planto.

Mas com bem pouco me basto,
meus rastros
Hão de ficar pela estrada,
trilhada
Pelos confins desse pago
que eu trago
Bem vivo em cada palavra.

Martim César

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