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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A chuva põe-me grades na janela, um vôo de andorinha restitui-me o espaço. R. Martins




O espelho das sangas

Um sol maragato
Se timbrou na tarde
Brasa se apagando
Mas que ainda arde

Bombeio a paisagem
Lembrando nós dois
Mas várzeas de saudade
Não engordam bois

Desde que partiste
Chegou a estiagem
Minha alma triste
É como a paisagem...

E alguma lágrima
Me molhando às vezes
Lembra que nos campos
Já não chove há meses

Mas se tu voltares
Minha linda, eu juro
Choverá a cântaros
Neste fim de mundo

E as sangas que secaram
De sede e saudade
Ganharão os pastos
Só pra ver tua imagem

E as sangas que secaram
Romperão suas margens
Espelhando a volta
Da felicidade.


Martim César

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