Do lado errado, compadre!
Foi numa cancha de tava
Em um domingo, por certo
O diabo andava por perto
Ou Deus é que longe andava
Foi numa cancha de tava
Em um domingo, por certo
O diabo andava por perto
Ou Deus é que longe andava
Como compondo o cenário
Em meio a tabaco e trago
Toparam dois índios vagos
Feito ginetes num páreo
Em meio a tabaco e trago
Toparam dois índios vagos
Feito ginetes num páreo
‘Está copada a parada’!
Se ouve a voz do coimeiro:
E um tiro de carreteiro
Trançou o ar na largada
Se ouve a voz do coimeiro:
E um tiro de carreteiro
Trançou o ar na largada
O outro ruge imponente:
‘Comigo é suerte clavada’
Mas foi balaca e mais nada
Pôs ‘güeso’ tão só o vivente
‘Comigo é suerte clavada’
Mas foi balaca e mais nada
Pôs ‘güeso’ tão só o vivente
E já se enfeiou a contenda
Rumo a apostas mais altas
‘Tem vez que a guaiaca falta
E hay sempre quem se arrependa’
Rumo a apostas mais altas
‘Tem vez que a guaiaca falta
E hay sempre quem se arrependa’
Um deles jogou o que tinha
Os avios, os ‘cobre’ , o cavalo...
E ficou chuleando o estalo
Pra ver o rumo da rinha
Os avios, os ‘cobre’ , o cavalo...
E ficou chuleando o estalo
Pra ver o rumo da rinha
‘É macho, alumiou pra baixo!’
Cantou faceiro... o sortudo...
E zombou já levando tudo:
‘Não é só butiá que dá em cacho!’
Cantou faceiro... o sortudo...
E zombou já levando tudo:
‘Não é só butiá que dá em cacho!’
Não se agradou o azarado
E quis vingar-se, o matreiro!
Mas o outro foi mais ligeiro...
E dever de jogo... é sagrado!
E quis vingar-se, o matreiro!
Mas o outro foi mais ligeiro...
E dever de jogo... é sagrado!
O resto, enfim, já se sabe
Pra um o osso deu suerte
Pro outro...? Gritou-lhe a muerte:
‘Do lado errado, compadre!’
Martim César
Pra um o osso deu suerte
Pro outro...? Gritou-lhe a muerte:
‘Do lado errado, compadre!’
Martim César
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