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sexta-feira, 30 de março de 2012

Filhos criados que se foram para o povo, tentar a sorte feito novos retirantes...


 


Dedo de prosa


Vê... Deolinda
O teu minino cresceu
Tão moço se foi ainda
Por esse mundo de Deus
Agora chega letrado
Não se parece a nóis, não
Escuita esse palavriado
Bunito feito oração

Vê... Deolinda
Passô a vida de apuro
Tu que foste a mais linda
De tudo em vorta, te juro
Agora óia o teu filho
Cresceu, já é home feito
E tem esse mesmo brilho
Que um dia teve teu jeito

Mas Deolinda... te digo
Têm coisas que nunca sei
Que vai sabê um mendigo
Pra quem todo mundo é rei?
Só que esse moço podia
Nos visitá vez em quando
E dar só essa alegria
A quem só vive esperando

Sei, Deolinda... é o destino
De quem é muito ocupado
Eu deixo em paz nosso filho
Que Deus ajude o coitado!
Velho tem essas manias
De andá cobrando lembrança
Ele há de vir qualquer dia
Antes que morra a esperança.

Martim César

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