Dedo de prosa
Vê... Deolinda
O teu minino cresceu
Tão moço se foi ainda
Por
esse mundo de Deus
Agora
chega letrado
Não
se parece a nóis, não
Escuita
esse palavriado
Bunito
feito oração
Vê...
Deolinda
Passô
a vida de apuro
Tu
que foste a mais linda
De
tudo em vorta, te juro
Agora
óia o teu filho
Cresceu,
já é home feito
E
tem esse mesmo brilho
Que
um dia teve teu jeito
Mas
Deolinda... te digo
Têm
coisas que nunca sei
Que
vai sabê um mendigo
Pra
quem todo mundo é rei?
Só
que esse moço podia
Nos
visitá vez em quando
E
dar só essa alegria
A
quem só vive esperando
Sei,
Deolinda... é o destino
De
quem é muito ocupado
Eu
deixo em paz nosso filho
Que
Deus ajude o coitado!
Velho
tem essas manias
De
andá cobrando lembrança
Ele
há de vir qualquer dia
Antes
que morra a esperança.
Martim
César
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