A Tapera do João Posteiro
Posteiro desde
mocito
Da estância
da Cinacina
Nesses confins
que ainda existem
Perdidos pelas
coxilhas
Num fundo que
era, no fundo
O que sabia do
mundo
E o que herdou
como sina
Coxilhas, cerros, canhadas
Plantados na imensidão
Que mais faltaria a um homem
Afeito à terra e galpão?
Que sempre foi mui sereno
E que tinha sonhos pequenos
E raízes firmes no chão
Cacimba à
beira do rancho
De firme
angico de esteio
Abrigo pras
invernias
Um bom pingo,
bons arreios
Um
poncho-pátria pro o frio
Conhecedor do
jujerio
Pra curar o
mal mais feio
Parceiro do tempo largo
Lavando a erva do mate
Num silêncio quase eterno
Igual prosa de mascate
Como então acreditar
Que sua história ia chegar
Nesse tristonho arremate?
Pois um dia
acharam João
A um palmo de
uma cadeira
Um “pañuelo”
no pescoço
E a morte por
companheira
O rancho num
abandono
E um cusco
velando o dono
Que pendia da
cumiera
Ninguém jamais entendeu
Por que se matara o João
Senhor das lidas campeiras
E
serviçal feito um peão
Ninguém podia entender...
Porque partiu sem dizer
Que morreu de solidão!!!
Martim César
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