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sexta-feira, 20 de abril de 2012

O mundo era o fim da estrada até onde a vista alcança, pois o sonho alcança mais. Hélio Ramirez


 

 O olhar detrás da porteira

O olhar detrás da porteira
Bombeando a estrada além
O vento levando a poeira
Das tropas que vão e vem

Quantas iguais a Bibiana?
Quantas iguais a Ana Terra?
Mulheres tantas da guerra
Nessas lonjuras pampeanas

São mulheres campesinas
Semeando os dias iguais
É o tempo, é o vento, é a sina
Fiar, fiar... nada mais!

Olhos com sede de rio
Mirando as águas do açude
Fiando... anos a fio
Desfiando a juventude

Quantas iguais a Bibiana?
Quantas iguais a Ana Terra?
A alma livre, haragana
Que o corpo oprime e encerra

São mulheres campesinas
Semeando os dias iguais
É o tempo, é o vento, é a sina
Fiar, fiar... nada mais!


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