Uma valsa para Luzia
Em volta das casas contava pro vento
O
que só o silêncio sabia de cor
A
alma menina queimando qual brasa
Abrindo
suas asas em busca do sol
Ao
lume das velas, na casa de taipa
Sonhava
essa vida de puro cristal
No
desvão da quincha mirava uma estrela
Que
esperava vê-la luzindo afinal
Cresceu
a menina... se foi para o povo
E
um mundo tão novo embebeu seu olhar
Os
pais retirantes, silêncio na mesa
Por
fim a certeza de morrer ou lutar
Não
luziu Luzia sob o céu da cidade
Restou-lhe
apenas brilhar nas esquinas
Por
isso uma lágrima cismando insistente
É
estrela cadente no olhar da menina.
Martim
César
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