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quinta-feira, 19 de abril de 2012

E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar... Toquinho



Uma valsa para Luzia


Em volta das casas contava pro vento
O que só o silêncio sabia de cor
A alma menina queimando qual brasa
Abrindo suas asas em busca do sol

Ao lume das velas, na casa de taipa
Sonhava essa vida de puro cristal
No desvão da quincha mirava uma estrela
Que esperava vê-la luzindo afinal

Cresceu a menina... se foi para o povo
E um mundo tão novo embebeu seu olhar
Os pais retirantes, silêncio na mesa
Por fim a certeza de morrer ou lutar

Não luziu Luzia sob o céu da cidade
Restou-lhe apenas brilhar nas esquinas
Por isso uma lágrima cismando insistente
É estrela cadente no olhar da menina.


Martim César

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