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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Nem sempre quem sabe ao certo para onde vai, vai para um lugar certo.



Esquinas e porões

Eu carrego tantos fantasmas em mim 
Que às vezes penso que com eles vou voar
Igual à planta arrancada da raiz
Que vai na enchente, rio abaixo, até o mar

Em velhas casas onde partes do que eu fui
Estão dormindo em porões abandonados
Resiste um tempo que a vida não dilui
Brinquedos rotos, velhos quadros empoeirados...

E às vezes me pergunto, meu amor...
Quanto de mim já se cansou de tanto andar?
Quantos pedaços já deixei pelo caminho?
Quanto oceano ainda há por navegar?

Mas não tenho respostas, meu amor...
Já nem recordo como era antes meu olhar
Em meio a tantos sigo às vezes tão sozinho
Se me perdi de tanto em vão me procurar...

Buscando algo que nem mesmo eu sei bem
Que sempre está noutro lugar bem mais além...

Quem sabe estejas me esperando atrás da esquina
E sejas em mim o céu, enfim, que me redima???!

Martim César



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