O
vão da porteira
Ainda,
ás vezes, me lembro de um tempo
(
o coração um candeeiro com brasas )
Eu
galopava nas asas do vento
Embora
sempre em volta das casas
Tinham
tropilhas de sonho meus olhos
Tinha
mangueira de pedra e boiada
Eu
amansava mil potros garbosos...
Eram
bem mais que somente taquaras!
Lembro
essa voz me dizendo: 'meu filho
Cuida...
que a vida se vai mui ligeira
Depois
da curva não é changa o caminho
E
a infância não cruza o vão da porteira'
Por
isso, ás vezes, recordo esse instante
(
malgrado pouco adiantasse o conselho )
Os
dias de sonho estão já tão distantes
E,
enfim, o meu pai hoje habita o espelho!
Martim
César
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