Dois olhos na noite escura
Quando
o sol morreu no olhar
Ainda
restaram as estrelas
Mas
depois de o céu nublar
Já
nunca mais pôde vê-las
No
pátio imenso das casas
Envelheceram
as meninas
O
tempo que a tudo abrasa
Vestiu
de luto as retinas
Quem
tem a visão do mundo
Enxerga,
ás vezes, sem ver
E
passa a vida no fundo
Da
escuridão do seu ser
Mas
quem da dor fez o verso
E
da tormenta fez calma
Descobriu
outro universo
Na
senda oculta da alma
Como
fantasma entre vivos
Conhecedor
de dois planos
O
cego entre os seus livros
Riu
dos limites humanos
Entre
mortais, fez-se mago
Farol,
nos mares da vida
Onde
nós, pobres náufragos
Ainda
estamos à deriva
Martim
César
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