A
viúva de Quinteros
Ninguém
sabe o paradeiro
Da
viúva de Quinteros
Que
se foi sem deixar rastros
Que
partiu pra nunca mais...
Restou
um rancho deserto
Olhando
pra o campo aberto
E
já esquecido por Deus
E
mil causos na memória
Que
tentam contar a história
Como
de fato ocorreu
Mas
ao certo ninguém sabe
Qual
o seu fim ninguém responde
Se
morreu, onde está o corpo?
Se
partiu, se foi pra onde?
Viu
seu marido e seu filho
Partirem
na leva um dia...
Mas
por que não retornaram
Se
tantos sobreviveram?
Onde
estão os prisioneiros
Da
batalha de Quinteros?
Ninguém
sabe o paradeiro
Da
viúva de Quinteros
Que
se foi sem deixar rastros
Que
partiu pra nunca mais...
Na
ponta rubra da lança
Uma
tesoura de esquila
Adorna
o peito sangrado
De outro
Blanco assassinado
E
junto ao corpo estendido
Sempre
um lenço colorado...
O
mesmo lenço encarnado
Que
se extraviou em Quinteros
E
que reclama em silêncio
A
morte dos prisioneiros
Morreram
muitos depois
E
todos de igual maneira
E viram um lenço rubro
Ao
lado da esquiladeira
E
– sempre - em seus enterros
A
mesma mulher de negro
Mas
ao certo ninguém sabe...
Martim César
(Baseado em outra personagem imortal do escritor Aldyr Schlee)
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