Milonga
por Dom Sejanes
Dom
Sejanes, fronteiriço
Senhor
de uma terra só
Pois
nunca se repartiram
Os
rios, a lua e o sol
Caudilhos
de três bandeiras
Rivera,
Bento, Lavalle
Le
respeitavam a maneira
Pero
ainda mais a coragem
Ao
certo nunca se soube
Qual
seu pago verdadeiro
Para
alguns era uruguayo
Para
outros... brasileiro
Mas,
talvez, nenhum dos dois
(que
os livres não têm bandeira)
Quem
nasceu além dos mapas
Só
tem por pátria a fronteira!
Dom
Sejanes tão somente
Que
o 'Dom' ganhou por respeito
Por
ser na alma valente
Por
ser sincero no jeito
Por
andar sempre liberto
Jamais
gostou de alambrados
Se
o pampa era o campo aberto
Por
que viver embretado?
Morreu
um domingo de Páscoa
- E tinha como cem anos -
Esteio
altivo da raça
Que
forjou meu solo pampeano
A
terra que hoje lhe guarda
Sob
uma cruz de madeira
Está
mais além dos mapas...
É o que muitos chamam fronteira!
(Baseado no personagem imortal do escritor Aldyr Schlle)
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