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segunda-feira, 5 de março de 2012

Um pergaminho entreaberto deixa antever-se um poema, quem saberá o mistério da mão que empunhou a pena? Martim César




Poema a ser reescrito


Quando me busco por dentro
No poço fundo de mim
Sem rumo e insone me perco
Preso num enredo sem fim

Quem saberá o segredo
Dos medos que eu já não nego?
(Qual luz que habita o silêncio
da imensa noite dos cegos)

Eu queria uma alma serena
(Que só na infância se tem!)
Um papel esperando um poema
Sem saber qual o verso que vem

Eu queria uma vida reescrita...
Pra outra vez sentir a emoção
Da magia sem par dessa hora
Em que nasce uma nova canção

Por tantas vezes no escuro
Em mil lembranças me acendo
Mas - ao despertar-me - descubro...
Não há um regresso no tempo!

Segue a vida sempre em frente
- Um livro a buscar seu final -
Qual barco que vai na corrente
Já quase chegando ao mar...

Martim César

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