No
sombrio coração dos homens
I
Há
no sombrio coração dos homens
Como
um abismo que ao mal convida
É
feito boca em que não morre a fome
Quanto
mais come, mais pede comida
Mas
de onde vem essa maldade estranha?
(Só
a morte ganha semeando confronto)
Nem
mesmo as feras têm sede tamanha...
O
que faz um homem ser algoz do outro?
II
Se
um dia a guerra for palavra extinta
E
não mais o sangue correr nos jornais
Talvez
somente - nesse então - se sinta
Que
somos homens mais do que animais
Há
no sombrio coração dos homens
Como
um abismo que ao mal convida
É
feito boca em que não morre a fome
Quanto
mais come, mais pede comida
III
Há
no sombrio coração dos homens
Certos
caminhos que não têm sentido
Fogo
perverso que à alma consome...
No
amor que some nasce outro bandido
Se
os bichos matam só pelo alimento
Por
seu sustento, enfim, e nada mais!
Como
entender assim o fundamento
Que
somos nós os seres racionais?
Martim
César
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