Confraria dos Poetas de Jaguarão: Canto a um Campeiro do Asfalto - Marco Aurélio Vasconcellos no Sr BRASIL...
Canto a um campeiro do
asfalto
L:
Martim César
M:
Marco Aurélio Vasconcellos
O
velho Amâncio foi peão a vida inteira
Madrugador
e serviçal como ninguém
Fez
o seu mundo desde o fundo até a porteira
Sem
se importar com o que havia mais além
Mas,
“mala suerte”, o patrão morreu primeiro
Que
Deus o tenha em sua santa companhia
E
o patrãozinho que jamais foi estancieiro
Vendeu
num “upa” tudo o que lhe pertencia
E
o velho Amâncio em sua humilde serventia
Não
mais servia aos novos donos do lugar
Que
lhe pediram que partisse sem tardia
Sem
se importarem que essa estância era o seu lar
Foi
logo embora pois foi sempre cumpridor
Deixando
atrás o seu galpão e a sua vida
Pesava
mais no velho lombo do que a dor
Não
ver ninguém a dar-lhe adeus em sua partida
Buscou,
de pronto, colocar-se noutra estância
Mas,
por ser velho, já ninguém quis lhe empregar
Tocou,
então, “direito” ao povo e na distância
Foi
ser mais um farrapo humano a mendigar
Pois
velho Amâncio era peão e nada mais
E
só restou-lhe camperear em fantasias
E
a esperar por ter a morte por guarida
Já
que a vida se acabou numa invernia!
Parabens ao Martim Cesar e ao Marco Aurelio, pela letra e interpretação.
ResponderExcluirMuito boa a música, retrada vários "velhos Amâncios" que se encontam hoje em dia jogados fora pelas ruas!
ResponderExcluirAndre Luiz Faria Miguel