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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Veredas de um sertão ao sul...

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Confraria dos Poetas de Jaguarão: Canto a um Campeiro do Asfalto - Marco Aurélio Vasconcellos no Sr BRASIL...



Canto a um campeiro do asfalto

L: Martim César
M: Marco Aurélio Vasconcellos

O velho Amâncio foi peão a vida inteira
Madrugador e serviçal como ninguém
Fez o seu mundo desde o fundo até a porteira
Sem se importar com o que havia mais além

Mas, “mala suerte”, o patrão morreu primeiro
Que Deus o tenha em sua santa companhia
E o patrãozinho que jamais foi estancieiro
Vendeu num “upa” tudo o que lhe pertencia

E o velho Amâncio em sua humilde serventia
Não mais servia aos novos donos do lugar
Que lhe pediram que partisse sem tardia
Sem se importarem que essa estância era o seu lar

Foi logo embora pois foi sempre cumpridor
Deixando atrás o seu galpão e a sua vida
Pesava mais no velho lombo do que a dor
Não ver ninguém a dar-lhe adeus em sua partida

Buscou, de pronto, colocar-se noutra estância
Mas, por ser velho, já ninguém quis lhe empregar
Tocou, então, “direito” ao povo e na distância
Foi ser mais um farrapo humano a mendigar

Pois velho Amâncio era peão e nada mais
E só restou-lhe camperear em fantasias
E a esperar por ter a morte por guarida
Já que a vida se acabou numa invernia!

2 comentários:

  1. Parabens ao Martim Cesar e ao Marco Aurelio, pela letra e interpretação.

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  2. Muito boa a música, retrada vários "velhos Amâncios" que se encontam hoje em dia jogados fora pelas ruas!

    Andre Luiz Faria Miguel

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