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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Mas sucumbiu a ver navios... maldita crase!






A navalha do censor

Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino  
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo
    
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave o seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne e incisivo
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino 
  
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história

Fez naufragar o meu poema – e vejam só - que triste fase!
Era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
Mas sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!

Martim César

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