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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Navegar é preciso...

 

 

Sobre os telhados de Lisboa

Sobre os telhados de Lisboa
Uma canção fala de amor
E eu – pequeno e sonhador –
Cismo que tenho dentro d’alma
Toda a beleza dessa calma
Que a tempestade me levou

Aqui o chão, mais além a imensidão
Aqui o cais, depois a glória ou nunca mais
A vela aberta, a sina incerta, o infindo mar 
Enfim o aceno e o derradeiro navegar

Meu coração hoje é como um fado
E nem todo o azul do mar salgado
Me traz a luz dos olhos teus
Mistério de quem sente
- ( o que não sabe ) -
Que todo o oceano cabe
Numa lágrima de adeus

A nave-mestra deixa o cais
Com esse olhar de nunca mais
Que Portugal gravou em mim
Devo partir, içar as velas
Rumar ao porto de outras terras
Singrar o azul do mar sem fim

Navega o amor, o navegante sonhador 
Não teme a dor, o Bojador há de cruzar
Porém na flor, a rubra cor se apagará
E o que já foi, tempos depois
nada será!


Martim César



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