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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Y en la calle, codo a codo... somos mucho más que dos. Mario Benedetti



Dois na tarde






Agora, amada minha, viajarás ao meu lado.

Vem! Anda comigo e admira essas paisagens!

Quantos homens e mulheres já cruzaram esses montes,

Esses campos; esses rios, que feito veias, irrigam as lonjuras,

Esses caminhos, que feito rugas, demarcam as distâncias.

Quantas vidas tão iguais às nossas vidas...

Quantos sonhos tão iguais aos nossos sonhos.



Vem! Amada minha...

Que breves somos nós, mas eterno é este instante!

Nós que somos apenas um homem e uma mulher...

Tão somente isso!

Mas também somos todos os homens e todas as mulheres.

Todos. Absolutamente todos.



Vem! Caminhemos nossos olhos bebendo o verde natural.

Vem! Mergulhemos nossas almas em cada lago do caminho.

Aspira esse aroma que emana das folhagens.

Acaricia essa água que escorre sobre os nossos corpos.



Séculos e mais séculos sobre séculos nos trouxeram até aqui.

Vidas e mais vidas gerando novas vidas nos trouxeram até aqui.

Caminhemos, então. Já vês que, agora, já de nada vale o tempo.

Põe teu braço no meu braço. Assim... amada minha.

Caminhemos!



Vês, agora, que só existe cada pedra e cada folha,

Cada gota e cada grão, cada pétala de flor,

Cada inseto, cada ave, cada átomo do universo,

Porque existimos nós?


Compreendes que em ti e em mim tudo se resume?

Que somente transcorreu cada segundo,

desde o primeiro instante do primeiro ser,

Porque existimos nós?


Vem! Olha em meus olhos... nós somos a própria criação!

Nada há nada mais perfeito, nada mais lógico, mais divino

Que estarmos - tu e eu - justificando a própria vida.

Toda a ciência está em nós, todas as religiões,

Todas as raças, todos os sentimentos, todos os caminhos.



Percebes, amada minha? Percebes?

Que nesse abraço de dois seres, nesses corpos tão unidos,

Que nesses dois, assim, tão precisamente juntos,

Tudo o que já existiu, tudo o que existe

e tudo o que ainda existirá,

Encontra, finalmente, o seu claro,

transparente,

óbvio

sentido?



Martim César

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