Soprando as brasas da ausência
Talvez, saudade, eu te encontre
No fim de todos meus dias
Rondando a casa vazia
Com os meus fantasmas de ontem
Na imensidão dessas noites
De solidão e invernia
Onde meus olhos já gastos
Não mais avistem os rastros
De uma distante alegria...
Palavra... que ando cansado
Desse descaso da vida
De em vão buscar a saída
Sem nunca achar o seu lado
Canto sozinho, me calo
Pealo cismas compridas
Alargo o amargo das horas
E ando apertando as esporas
Pra ver sangrar as feridas...
Toda milonga é saudade
Que invade a alma da gente
Sorvendo a dor que se sente
Na água quente dos mates
Toda milonga é saudade
Que diz - no inverno das casas
Lembrando um amor ausente -
Pra o minuano: que entre...
Nos venha soprar as brasas!
Porém, milonga, tu sabes
Cada razão dos meus medos
E vais cansando os meus dedos
Até que as mágoas se acabem
Só em teus acordes é que cabe
A angústia dos meus segredos
Dilema – em chamas – que arde
A vida que diz que é tarde
E o coração que ainda é cedo!!!
Martim César
Eu estava procurando uma imagem no google e acabei chegando no teu blog. Boas poesias!
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