Uma espada na parede
Uma espada dorme há muito na parede
Vida latente que se esconde no aço frio
E que por vezes se desperta tendo sede
E sonha o sangue escorrendo por seu fio.
Quem luta agora? Qual é o novo desafio?
Perguntas vãs! Afinal, pouco lhe importa
Se o que vale é o que brota, feito um rio,
No claro gume que a carne fere e corta.
É noite alta. A casa sonha e – adormecida -
Não vê o vulto de alguém que, suavemente,
Agarra a espada e outra vez lhe traz à vida.
A casa sonha, e quando acorda de repente
Estranha algo e, enfim, descobre estarrecida
Que está em guerra... tal e qual antigamente.
Martim César
É tão sutil a união de palavras para a formação de um sentido que a supere, mas você consegue isso de maneira tão fluida!
ResponderExcluirParabéns!