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quinta-feira, 7 de abril de 2011
Meu livro do lado da cama é como um revólver. Jaques Rigaut
Avis rara
Um bicho raro é o poeta... um fóssil vivo
Um dinossauro a ser extinto no futuro
Cuja ossada será exposta e – redivivo –
Dirão ter sido um farol frente ao escuro
Mas no presente?... é só um morto-vivo
Tido por doido, sempre aéreo e obscuro
Quando se mostra libertário é um nocivo
Quando faz versos por amor é um imaturo
Feito cigarra que não planta, nem produz
É um grande inútil o poeta... um infeliz
Que se crê (valha-me Deus!) um ser de luz
Vive de sonhos... a voar... sem ter raiz...
Melhor faria preso às varas de uma cruz
Pois nada acrescenta à balança do país!
Martim César
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