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terça-feira, 12 de abril de 2011

Mas nesse mundo tão louco, talvez eu que faço pouco de quem faz pouco de mim, vivo melhor do meu jeito, tendo tão só o direito do rumo que eu escolher.



Da morte venho nascendo




Da morte venho nascendo

Cruzando a estrada do avesso

Feito quem vivesse o tempo

Desde o fim até o começo



E nessa estranha jornada

Caio do solo até o céu

A cabeça sob o sapato

Os pés calçando o chapéu



E se me chamam de louco

Por pensar viver assim

Eu sorrio e faço pouco

De quem faz pouco de mim



Da morte venho nascendo

Nadando contra a corrente

Como se pudesse o rio

Vir da foz até a nascente



Se ontem será meu futuro

Meu amanhã já passou

Então serei quem eu fui

Sabendo já quem eu sou



Velho, menino, ninguém

História escrita e apagada

Dentro do ventre e além

Tudo voltando a ser nada



Martim César

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