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quarta-feira, 6 de abril de 2011
Um erro em bronze... é um erro eterno. Mario Quintana
A navalha do censor
Em princípio parecia ser somente um acento inofensivo
Um mero traço no papel, meio inclinado e um tanto fino
Quiçá uma mesura ofertada a algum vocábulo feminino
Ou uma lágrima escorrendo sobre um amor substantivo
Porém era grave o tal acento, e bem mais grave seu motivo
(e esse ser ‘grave’ me dá medo desde os tempos de menino)
Se fosse agudo feito um dente, cortando a carne, incisivo
Não seria tão daninho, nem tão crucial ao meu destino
Mas um acento assim inverso, em uma avessa trajetória
(Tal qual navalha de censor, que sem pudor, a tudo arrase)
Chegou assim ceifando tudo e mudou o rumo desta história
Fazendo naufragar o meu poema - vejam só - que triste fase!
E era um poema que eu sonhei ver florescer cheio de glória
E que sucumbiu a ver navios (pobre de mim!)... maldita crase!
Martim César
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