O relógio
Naqueles dias o tique-taque parecia soar lento
Chegava mesmo a parecer que não soava
Mas era eu que, alheio a tudo, solto ao vento
Não percebia que o relógio não parava
Jamais parou, sequer um dia, aquele invento
No interminável passar do tempo, ele passava
Sem que eu pudesse lhe roubar um só momento
Ano após ano, a minha infância ele roubava
Mudei assim, por obra e força do seu passo
E vi-me adulto, sério e fraco, de repente
Sem notar nele o mais leve descompasso
E segue sempre em minha vida, indiferente
A obrigar-me a conviver com o meu fracasso
Mudei assim...
..........................como evitar quando se é gente?
Martim César
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