Marcas indeléveis
O vaga-lume que se apaga ou se incendeia
Revela o espelho onde Deus esconde a face
Do invisível surge o instante que permeia
Entre a vida do que morre e do que nasce
A aranha tece, horas a fio, a sua teia
Como se o tempo em seu tecer se revelasse
Quem vai girar a ampulheta quando a areia
Dos nossos dias, por extinta, já não passe?
Talvez fiar-se no lento andar da tartaruga
Que cruza a vida sem ter pressa... vez por vez,
Valha bem mais do que empenhar-se nessa fuga...
Que busca o homem em sua estranha insensatez?
Correr jamais evitará o avançar de cada ruga...
Eis o destino imposto a nós por quem nos fez!
Martim Cesar
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