Enquanto
a chama existir
Já
vês, milonga, que a tarde
Deixou
na ponta dos cerros
Um
sol de inverno que arde
Mas
não é mais que recuerdo
Deixou
de ser meu o tempo
Em
que a alma abria suas asas
E
voava nos galopes do vento
Além
do horizonte das casas...
Mas
enquanto a chama existir
E
um brilho insistir no olhar
Vou
fazer da gota o meu rio
E
do rio vou fazer o meu mar
Mas
enquanto houver ilusão
-
A harmonia do meu universo -
A
morte buscará... mas em vão!
Pois
saí à procura de um verso...
Sabes,
milonga, que a vida
Sempre
nos impõe o cansaço
E
que cada etapa vencida
Vai
nos levando um pedaço
Nalguns
retratos já gastos
Recordamos
os sonhos de antes
Porém
não passam de rastros
De
um caminho já muito distante...
Martim
César
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