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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quijano entre seus livros, sonhando a aventura Quixote em seu cavalo, com lança e armadura (Que adormeça a realidade, o sonho é mais real)



I Ato


Transformação

Cena I

(Alonso Quijano, Sobrinha, Ama)



Onde se introduz o venerável Alonso Quijano e o seu fervor apaixonado pelos livros de cavalaria



Alonso sentado e lendo. Às vezes trava batalhas imaginárias. Parece visivelmente transtornado, alheio a tudo que o rodeia.
A ama entra. Traz uma bacia e uma vassoura nas mãos. Deixa a bacia em um canto e começa a limpar com a vassoura. Aproxima-se de Alonso, varre por baixo dos seus pés.... por baixo da mesa. Alonso não lhe dá a mínima importância.

Entra a sobrinha e a ama comenta:

Ama: _Senhorita, o que lhe parece o seu tio? Faz meses que está nessa loucura de ler e ler sem descanso!

Sobrinha:_ Tio! Tio! (Demonstrando desânimo)_ É inútil, Dona Mercedes. Não ouve ninguém. Está como que prisioneiro dessas histórias de cavaleiros, dragões, princesas, feiticeiros...

Ama:_ Por culpa desses malditos livros a fazenda está abandonada. Já faz tempo que comemos sempre a mesma coisa... por Deus, um homem tão inteligente! Malditos livros de Satanás... lhe fizeram perder o tino... Meu Deus, a comida vai queimar.

A ama e a sobrinha saem apressadamente. Aquela se esquece da vassoura.

Passam as horas. Já é de madrugada. Alonso se levanta, caminha até o baú, agarra uma espécie de colete, parecido a uma armadura, e o veste. Agarra a vassoura que brande como uma espada e usa a bacia como se fosse um escudo.

Alonso: _ Eu, Alonso Quijano, de agora em diante me chamarei Dom Quixote! E como convém a um grande Cavaleiro andante e aventureiro, matador de gigantes, defensor de viúvas e donzelas desamparadas, Protetor de todos os injustiçados, farei como o famoso Amadis de Gaula . Minha terra será o meu sobrenome. Serão imortalizadas em bronze as façanhas do grande Cavaleiro Andante Dom Quixote de la Mancha!

Sai Dom Quixote triunfalmente.



















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