Pelas vertentes da alma
Ao tranco, largo meu verso
Nas trilhas destes
floreios
Potro liberto e sem
freio
Que não se perde em
delongas
Pois aprendi que na
milonga
Se canta a flor e os
espinhos
E que prá um taura
sozinho Por isso que ande despacio
A estrada é sempre
mais longa! Quem julga só a aparência
Jamais se
enxerga a essência
Olhando de
relancina
Pois quando
um potro se empina
Mui poucos
ficam no lombo
E aquele que
salva o tombo
Nem sempre é o
que agarra as crinas!
Nem todo cantar encanta
Nem todo potro se doma
Nem toda água se toma
Nem todo vício é
costume
É o lema que sempre
assume
Quem diz que a grande
verdade
É que as luzes da
cidade É sempre o mesmo destino
São menos que um
vaga-lume Que apresilha a todos nós
Os que semeamos com a voz
Os que semeamos com a voz
O chão de
um novo futuro
Os que
incendiamos o escuro
Pra viver
com liberdade
Os que
plantamos a igualdade
De um galpão
em vez de um muro!
Somos iguais, companheiro
Pois aprendemos na
lida
Que nos rios desta
vida
As águas nunca são
calmas
E sangramos nossa
alma
Nas vertentes da
garganta
Igual à ave que
canta
Sem esperar pelas
palmas!
Martim César
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