Isto
aconteceu há mais de 400 anos, mas é como se acontecesse neste
momento. Um fazendeiro chamado Alonso Quijano, já no final da sua
vida, de tanto ler e ler romances de cavalaria começou a
enlouquecer, e em seu delírio houve por bem se sagrar um cavaleiro
andante, tal e qual aqueles heróis das suas histórias preferidas.
Bradou
então, aos quatro ventos que o seu nome doravante seria Don Quixote
de la Mancha e, embora já velho, agia como se jovem fosse. E tomado
dessa loucura inquebrantável, saiu pelo mundo acompanhado por seu
fiel escudeiro Sancho Pança, enfrentando toda sorte de batalhas...
imaginárias ou não.
Eis
um velho com alma de menino, para todo o sempre cavalgando em nossas
mentes.
Eis
em Don Quixote o sonho vencendo a realidade em cada um de nós... mas
isso não existe. Não existe! Ou será que existe? Existe ou não
existe?
O sonho de Cervantes Existe, sim! Existirá depois! E já existia antes! Esse estranho sonho que sonhou Cervantes E que sempre é o dilema de cada ser humano... Existe, sim! Já existia antes! E existirá depois! Porque como Cervantes também somos dois Por vezes Quixote... por vezes Quijano... Quijano entre seus livros, sonhando a aventura Quixote em seu cavalo, com lança e armadura (Que adormeça a realidade, o sonho é mais real) Quijano envelhecendo em seu comum destino Quixote – o corpo ereto, a alma de menino O heroico cavaleiro sempre em luta contra o mal. (para Fernando Petry – nosso eterno Dom Quixote)
(Poema musicado
por Paulo Timm)
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