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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Existe sim, já existia antes e existirá depois, porque como Cervantes também somos dois... por vezes Quixote, por vezes Quijano...


Isto aconteceu há mais de 400 anos, mas é como se acontecesse neste momento. Um fazendeiro chamado Alonso Quijano, já no final da sua vida, de tanto ler e ler romances de cavalaria começou a enlouquecer, e em seu delírio houve por bem se sagrar um cavaleiro andante, tal e qual aqueles heróis das suas histórias preferidas.
Bradou então, aos quatro ventos que o seu nome doravante seria Don Quixote de la Mancha e, embora já velho, agia como se jovem fosse. E tomado dessa loucura inquebrantável, saiu pelo mundo acompanhado por seu fiel escudeiro Sancho Pança, enfrentando toda sorte de batalhas... imaginárias ou não.
Eis um velho com alma de menino, para todo o sempre cavalgando em nossas mentes.
Eis em Don Quixote o sonho vencendo a realidade em cada um de nós... mas isso não existe. Não existe! Ou será que existe? Existe ou não existe?




O sonho de Cervantes


Existe, sim! Existirá depois! E já existia antes! 
Esse estranho sonho que sonhou Cervantes 
E que sempre é o dilema de cada ser humano... 


Existe, sim! Já existia antes! E existirá depois! 
Porque como Cervantes também somos dois 
Por vezes Quixote... por vezes Quijano... 


Quijano entre seus livros, sonhando a aventura 
Quixote em seu cavalo, com lança e armadura 
(Que adormeça a realidade, o sonho é mais real) 


Quijano envelhecendo em seu comum destino 
Quixote – o corpo ereto, a alma de menino 
O heroico cavaleiro sempre em luta contra o mal. 




(para Fernando Petry – nosso eterno Dom Quixote)
(Poema musicado por Paulo Timm)






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