Por
serem meus
Por
serem meus estes campos
-
embora sejam de tantos
que
creem que a terra tem nome -
É
que o meu olhar assim voa
Cruzando
o céu das lagoas
E
além do horizonte some...
Por
serem meus estes sonhos
Que
ás vezes morrem tristonhos
Ainda
na pedra do cais...
É
que aprendi com o tempo:
-
o que não se faz no momento
Não
vai se fazer jamais!
Somente
teus olhos claros
(que
eu nunca quero em adeus)
É
que mesmo estando ao meu lado
Eu
não considero meus
Por
isso que os cuido tanto!...
Por
isso que os quero assim!...
E
passo a vida buscando
Um
dia tê-los pra mim!...
Por
serem meus estes rastros
De
rios de tinta já gastos
Sob
o céu das madrugadas...
É
que afinal hoje entendo
Que
eu passei todo o tempo
Esperando
a tua chegada!
Por
serem meus estes versos
Onde
em silêncio converso
Com
as cismas do coração...
É
que ao te ver compreendi
Que
a tua luz pôs um fim
A
mil léguas de escuridão!
Martim
César
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