A chave
Disse um amigo
Em
noite de filosofia borgeana
Entre
copos repletos de ausência:
“Temos
a chave, mas onde estará a porta?”
Pensei em algo
inquietante:
E se a chave
abrisse a porta de uma casa
Em uma cidade
qualquer?
Que misterioso
mundo haveria
Do outro lado?
Que vida não
vivida
Eu deixei nesse
lugar?
De repente eu
estava caminhando
Em direção a
esse destino incerto.
Vislumbrei a rua,
a quadra, a casa...
A desafiante
porta. A fechadura.
O garçom me
perguntou algo.
Não entendi. Mais
uma?
Ah! Sim...
Olhei para as
minhas mãos vazias.
Diacho!
Havia jogado a
chave fora.
Martim César
G
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