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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Uma mulher igual a todas, qual se todas fossem uma... me provando que hoje é sempre e amanhã... é nunca mais! (Pandora) Martim César


 

O mar de Alfonsina


Hoje eu quero o mar de Alfonsina
Um poema em corais ao sul sangrando
Vida em cena que acena e se termina
Mas se eterniza em estrelas naufragando

Uma flor que por amor em vão germina
E que decide - nesse ato - onde e quando
Pois um oceano é toda alma feminina
Um copo cheio a cada gota transbordando

Podes dormir, pois essas algas são lençóis
Deixa que a lâmpada eu a apago mansamente
E se ele chamar eu só direi que não estás...

Se quer te ouvir que ouça o mar dos caracóis
E se quer te ver que veja o mar ao sol poente
Mas se quer te amar, eu só direi: tarde demais!

Mas se quer te amar,amor, direi
                                         que a deixe em paz
                                                a deixe em paz
                                                a deixe... em paz!!!

Martim César


Poema dedicado à poetisa Alfonsina Storni, quem se suicidou no mar, deixando como epitáfio um dos mais belos sonetos da poesia latinoamericana.
"Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame/Ponme una lámpara a la cabecera (...)/si él llama nuevamente por teléfono, le dices que no insista, que he salido..."

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